A Cegueira da Crítica: O Perigo de Enxergar Só o Espinho no Olho do Irmão
— Mateus 7:3 (NVI)
Parte I: A Raiz do Problema: Por Que Criticamos Mais do que Célebramos?
É psicologicamente mais fácil definir-se pelo que se é contra do que pelo que se é a favor. Para alguns grupos cristãos, a "fidelidade doutrinária" torna-se sinônimo de vigilância constante contra os erros alheios.
🎭 A Síndrome da Fortaleza Sitiada
A mentalidade de "fortaleza sitiada" cria uma identidade de grupo coesa, mas baseada na suspeita constante. Todos fora dos muros denominacionais são vistos, no mínimo, com desconfiança, e no máximo, como inimigos da verdade. A crítica se torna um ritual de reforço da identidade própria.
A Confusão entre Doutrina Essencial e Secundária
Muito do ruído interdenominacional surge da elevação de questões secundárias ao nível de doutrinas essenciais para a salvação. Brigamos pelas cortinas enquanto concordamos sobre os alicerces da casa.
Parte II: O Que Perdemos com a Lente da Crítica
A metáfora paulina do Corpo (1 Coríntios 12) é revolucionária. Diferentes membros, com diferentes funções, todos necessários. Cada tradição cristã tem um "dom" — uma ênfase, um carisma — que é um presente para o Corpo inteiro.
🌍 O Escândalo da Desunião
O mundo não cristão observa as brigas, as críticas mútuas e o desprezo entre denominações e ri, com razão. Jesus orou para que seus discípulos fossem um, "para que o mundo creia" (João 17:21). Nossa desunião ativa é um dos maiores obstáculos à evangelização.
Parte III: Redefinindo o Olhar: Como Ver os Irmãos, não Apenas os Erros
Um exercício espiritual transformador: ao pensar em uma denominação diferente da sua, faça uma lista consciente e deliberada de suas virtudes, ênfases positivas e frutos inegáveis.
Distinguindo entre Discernimento e Difamação
Discernimento é necessário. Ensinos heréticos e práticas claramente antibíblicas devem ser identificadas e rejeitadas. Porém, há uma diferença abismal entre o discernimento exercido com dor e amor, e a difamação que busca apenas menosprezar e ridicularizar.
Conclusão: Do Julgamento à Admiração
O desafio final não é teológico, mas do coração. É a passagem de uma postura de juiz autoinstalado para uma postura de irmão mais velho que, ao ver os outros filhos do Pai, sente primeiro alegria por sua existência.
🕊️ A Verdadeira Identidade em Cristo
Lembremo-nos: a Igreja que Cristo voltará buscar será sua Noiva, composta de todos aqueles que, de qualquer tribo, língua, povo, nação — e denominação fiel aos credos históricos — foram lavados pelo seu sangue. No céu, as placas denominacionais cairão. O que restará será a pura identidade em Cristo.
— Colossenses 3:14 (NVI)
Perguntas Frequentes sobre Crítica Interdenominacional
Qual a diferença entre crítica saudável e crítica destrutiva entre denominações?
Crítica saudável é baseada em amor, busca edificação, reconhece virtudes antes de apontar falhas, e é feita com humildade reconhecendo que nenhuma denominação é perfeita. Crítica destrutiva foca apenas nos erros, usa linguagem desrespeitosa, parte de uma postura de superioridade, e visa desacreditar em vez de edificar.
Como equilibrar discernimento doutrinário com amor pela unidade?
O equilíbrio está em distinguir entre: 1) Doutrinas essenciais (Trindade, divindade de Cristo, salvação pela graça) onde precisamos de clareza; 2) Doutrinas importantes (batismo, ceia) onde podemos ter diferenças respeitosas; 3) Preferências secundárias (estilo musical, horários) onde a liberdade deve prevalecer.
Quais são os principais prejuízos da crítica excessiva entre cristãos?
Os prejuízos incluem: 1) Escândalo para os não-crentes que veem desunião em vez de amor; 2) Empobrecimento teológico ao se fechar a outras perspectivas; 3) Desperdício de energias em brigas internas em vez de missão; 4) Feridas emocionais e espirituais em irmãos na fé; 5) Distorção do evangelho.